"O efeito colateral mais significativo de correr uma ultramaratona não foi físico, mas mental. Eu terminei com uma sensação de letargia e, antes que me desse conta, me senti coberto por uma fina película, algo que desde então batizei de runner’s blues".
Haruki Murakami, escritor e corredor, sobre a Ultramaratona de Saroma (100km)
Talvez você nunca tenha passado por isso e nem venha a sentir os efeitos do "runner's blues", mas muitos corredores, principalmente os que se dedicaram a completar provas longas, como maratonas e ultras, já sentiram na pele, ou melhor, na mente, o que esse termo significa.
Blues não é só o nome de um ritmo musical. Também significa tristeza, melancolia. O runner's blues, então, é um certo abatimento que acomete o corredor após muito tempo de treino, ou logo após a conquista de uma meta que foi bastante almejada como, por exemplo, completar uma maratona.
Os sintomas se caracterizam pela falta de motivação, falta de zelo com a alimentação (muitos engordam vários quilos), repulsa pela corrida, logo após completar a "prova-meta". O que antes era o significado da vida, passa a ser o contrário: a perda de sentido.
Para aplacar esse mal, o treinador Belino, da Assessoria Elite, sugere que o corredor já tenha em mente pequenas metas para serem buscadas após se completar a maratona. O ideal, para ele, é que o corredor passe a treinar para provas curtas, de velocidade, saindo um pouco do foco nos longões. Assim, é muito importante que se pense não apenas no planejamento pré-prova, mas também no que será feito no pós.
E, claro, sabemos que a corrida precisa ser um momento não só de superação de metas, mas também de descontração. Então, nada mais legal do que sair para correr sem relógio, na chuva, com os amigos, sem a preocupação com o pace. Afinal, queremos que o esporte seja também um modo de satisfação e não mais um fator estressante na vida.
E você, já sofreu de runner's blues?
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